quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Mini curso de fotografia - Fotografando com a luz

O tema de hoje é de suma importância, pois será falado sobre a luz, que é a razão da fotografia existir. Confesso que demorou muito para eu perceber os efeitos da luz nos objetos e nas pessoas. Hoje, assistindo filmes vejo como o diretor de fotografia explora a luz e o quanto isso faz a diferença nas cenas.
A todo momento que estou nos lugares observo a posição da luz. Isso é um ótimo exercício para aperfeiçoar o olhar. Por isso, aproveite bastante essas dicas abaixo.
Retirado do site da Canção Nova.
ESCREVENDO COM A LUZ

Hoje falaremos sobre a importância da luz na composição de uma foto. Uma fotografia consiste na luz refletida pelo assunto e registrada nos grãos do filme. Obviamente, não podemos fazer fotografias sem luz. Produzimos imagens usando luz natural, luz artificial ou uma combinação das duas. Uma luz certa é o segredo para realizar uma foto de sucesso.

O fotógrafo James Stanfield conta: “Quando me aproximei da saída da escola dos jovens alunos budistas, a primeira coisa que vi foi a luz que passava pela janela. Não perdi mais nenhum minuto, posicionei a câmera e tirei várias fotografias para não perder aquele momento mágico”.

A QUALIDADE DA LUZ
Costuma-se dizer que uma luz é “suave”,“chapada”,“difusa”,“dura”, “áspera”, e assim por diante. Na fotografia ao ar livre, a qualidade da luz é controlada basicamente pelo sol, assim como pelas nuvens, pelas condições atmosféricas e por quaisquer objetos que estejam obscurecendo o sol.
Luz dura
A iluminação tende a ser dura e direcional quando vem primariamente de uma fonte de luz pequena – um flash, uma lâmpada nua ou a luz direta do sol, especialmente por volta do meio-dia. Os efeitos podem ser muito eloquentes, com sombras profundas e zonas de alta luminosidade, criando um forte contraste.
Os assuntos formam sombras escuras, de contornos duros, a não ser nos casos em que a luz tenha origem diretamente do alto.
O forte contraste de luz e sombra destaca os contornos, dimensões e volumes de um tema arquitetônico.
Foto: Judith Lange.

Luz suave
A luz suave vem de uma fonte de luz grande, difusa. Ela é não-direcional, ou seja, envolve o assunto vinda de muitas direções, como acontece num dia nublado. Na luz suave não há pontos de alta luminosidade nem áreas muito sombreadas. As sombras, quando existem, são tênues. Fotos feitas com luz muito difusa são pobres em efeitos dramáticos.
Debaixo da sombra, envolvidos por uma luz leve e suave, mãe e filho descansam sobre um leito de areia.
Foto: Joanna Pinneo.
Neblina e Névoa
Partículas microscópicas em suspensão no ar funcionam como um filtro, reduzindo o contraste e esmaecendo as cores para tons pastel. Nessas condições, o aspecto geral é suave, em especial o dos objetos distantes. Esse efeito pode resultar em fotos com um clima interessante.
A neblina cria uma atmosfera de mistério neste rio da China, mas a sua suavidade é tanta que possibilita a visualização de determinados detalhes dos barcos.
Foto: Robert Caputo.
Recursos para modificar a luz
Quando a luz for muito dura, você pode pedir à pessoa a ser fotografada que se coloque numa área de sombra, ou então esperar até que venham nuvens que atenuem a luz solar.
Rebatedores
Pode ser útil usar um rebatedor dobrável, seja branco, prateado ou dourado, para refletir a luz solar sobre áreas importantes do assunto. A qualidade e a cor da luz vão depender do tamanho e da cor do acessório que você usar, assim como da sua habilidade para determinar a melhor posição para o rebatedor.
Painéis difusores
Com a luz muito forte, pode-se colocar algum material de difusão entre o sol e o assunto. Um deles é uma tela difusora montada numa moldura rígida para facilidade de manuseio. Esse recurso vai suavizar a luz, permitindo obter cores mais vibrantes e, ao mesmo tempo, reduzir o contraste excessivo para um nível que o filme pode aceitar.
Uma dica: você mesmo pode construir o seu painel rebatedor, com uma cartolina branca coberta de folha de alumínio bem esticada. Como difusor, você pode utilizar uma chapa de plástico de uma certa espessura, ou, no caso de maior luminosidade, várias chapas juntas.
Na natureza, as nuvens são o melhor exemplo de painel difusor, pois atenuam a luz dura e altamente refletora das paisagens.
Foto: Judith Lange.
A direção da luz
A luz incide sobre um assunto vinda de qualquer direção, mas em geral há quatro situações básicas de iluminação: iluminação de cima, iluminação frontal, iluminação lateral e contraluz.
A direção da luz do sol em relação ao assunto- nesse caso, de cima e por trás – varia ao longo do dia. O fotógrafo Peter K. Burian esperou até o sol atingir a posição adequada para bater a foto.
Iluminação de cima
Quando a luz incide sobre o assunto vinda de cima, como ao meio-dia num dia de sol, ela resulta numa imagem “dura”, sem nenhum efeito tridimensional, profundidade aparente ou atrativo visual. As sombras ficam pequenas e muito escuras.
Elas podem produzir um efeito marcante, em especial quando o tema for uma forma geométrica projetada no chão, mas parecem pouco naturais para qualquer outro assunto.
Em fotos de pessoas, poderá gerar olheiras escuras, criando uma desagradável sombra projetada pelo queixo.

O sol a pino produz imagens paradas. Elementos únicos como esta árvore mostram contornos duros e não projetam sombras.

Foto: Robert Caputo.
Iluminação frontal
Quando o sol está batendo nas costas do fotógrafo, a luz incide de frente sobre o assunto. Nessa situação, é fácil fotografar, mas o resultado geralmente é pobre. Formam-se sombras por trás do assunto, criando um aspecto chapado. Se houver pessoas na cena, o sol estará incidindo diretamente no rosto delas, fazendo-as apertar os olhos.
Quando o sol está baixo no céu, a luz cálida pode acrescentar interesse, mas é difícil evitar a sombra do fotógrafo. A iluminação frontal pode ser eficaz para reprodução vívida das cores – exceto quando o próprio assunto reflete a luz, produzindo, nesse caso, um efeito ”lavado”.
Para uma foto com detalhamento, a iluminação frontal pode funcionar bem. Porém, ao esperar até que a posição do esquiador em relação ao sol mudasse, o fotógrafo conseguiu criar uma imagem diferente, valorizando a espuma levantada e deixando o esquiador quase em silhueta.
Fotos: Peter K. Burian.
Iluminação lateral
Quando a luz incide sobre o assunto vinda de lado, formam-se bolsões de contraste que realçam a textura e os contornos. Isso pode ser ideal, por exemplo, para as tábuas velhas e gastas de um casebre de madeira, mas essa iluminação não favorece um retrato humano.
Em paisagens, a luz lateral aumenta o sentido de profundidade, graças às sombras alongadas. Comumente o contraste é alto, fazendo com que se percam detalhes tanto nas áreas de mais luz como nas de sombra, mas no geral o efeito é bastante agradável.

A luz lateral, embora fraca, foi muito bem usada por James Stanfield para iluminar uma parte dos rostos.

Contraluz

A iluminação por trás pode fazer com que o tema apareça como uma silhueta no filme. A fonte de luz pode ser o sol, o reflexo de uma montanha coberta de neve, uma duna, um céu luminoso, etc.

Em alguns casos, o assunto pode estar rodeado por um raio de luz. Normalmente isso produz muito contrate, resultando em fotos com pouquíssimos detalhes, seja no fundo brilhante, seja no tema escuro (a menos que use flash para preencher as áreas de sombra).

Uma cena de nascer ou pôr-do-sol pode resultar numa foto atraente, mas a imagem se torna mais rica quando o fotógrafo inclui outro centro de interesse. Tente encontrar e acrescentar um assunto de primeiro plano nessas situações, em especial algo que funcione bem com silhuetas. Foto: Robert W. Madden.

Uma dica: em situações de contraluz, cuidado com reflexos de luz na lente, conhecida como flare. Se o sol estiver em quadro, ou imediatamente fora da área da foto, o reflexo pode produzir efeitos indesejáveis, imagens fantasmas do diagrama, uma mancha brilhante sobre a imagem inteira ou linhas irisadas.

Você pode evitá-las mudando de posição.

2 comentários:

  1. Vim aqui parar e gostei. Aprende-se muito neste blog... e sente-se uma grande paixão pela fotografia.
    Um abraço de Portugal

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  2. Sonia estou iniciando agora na fotografia e ainda estou bem enrolado em relaçao a abertura,velocidade, ISO. Seu blog esta me ajudando a entender e desenrolar de vez.Sua linguagem é bem simples e objetiva.Obrigado!

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